O Flamengo venceu o América-MG por 1 x 0 e conseguiu a segunda vitória na Primeira Liga. Foi um jogo na maior parte do tempo sofrível, lento e sem intensidade.
No primeiro tempo era um Rubro Negro muito previsível. Márcio Araújo se posicionava como a principal referência da saída de bola, ora se posicionando à frente dos zagueiros, ora caindo como terceiro defensor pela direita. Do estádio você percebe claramente isso. Cuéllar revezava nessa posição, mas na maioria das jogadas quem fazia a transição era o Márcio Araújo.
Agora ficou claro porque a estatística dele é favorável no quesito passes corretos: o time trocou inúmeros passes entre meio de campo e defesa. Nesse esquema, a única saída de bola era quando os pontas encontravam alguma brecha ou quando os laterais ultrapassavam.
Mancuello que deveria fazer essa função, ficou muito à frente, por vezes caía de atacante e Guerrero era quem voltava, jogando quase sempre de costas para o gol – tem encontrado boas opções jogando assim.Tanto que o argentino não fez nenhum lançamento característico, porque Éverton e Gabriel não davam opções.
O Flamengo sentiu muito a falta do Arão, para ser o homem surpresa no atacante, além do passe vertical sempre refinado, e do Cirino, pela intensidade.
No segundo tempo, pelo gol de pênalti logo no começo, o América-MG saiu para o jogo e o Rubro Negro encontrou mais espaços. Rodinei escapava pela bem direita, só precisa aprender a executar melhor a jogada.
Não entendi a entrada do Cirino no lugar do Mancuello com Gabriel e Éverton em campo. Arão entrou e provou que é o melhor jogador desse começo de temporada, não sentiu o peso de jogar com o Manto Rubro Negro e na primeira jogada deixou Guerrero na cara do gol.
Pode ser impressão, mas parecia um time sem vontade de estar ali. Muricy após o jogo reclamou das viagens. E tem razão: domingo jogou no Rio, ontem já estava no Espírito Santo e domingo tem Brasília. Justamente quando se tem dois clássicos e um jogo pela Primeira Liga.
Definitivamente o Flamengo precisa encontrar seu estádio e jogar ali. Volta Redonda pode ser a opção. O que não pode é time pagar o preço das dificuldades para fechar as contas pela falta de patrocínio e do Maracanã fechado.
Mas o Muricy não terá razão nenhuma se não mudar esse esquema tático que força o time a jogar sempre encontrando os pontas abertos – que coisa antiga, sem jogada pelo meio e, obviamente, mantendo Márcio Araújo como referência na saída de bola com Mancuello enfiado no ataque.
Flamengo apático novamente. Foto: Carlos Cruz/América-MG.