Presença do Fla Masters e jovens da base do futebol marcam homenagem a um dos maiores ídolos da história do Fla
Adílio descobre a placa da quadra que leva seu nome com a ajuda de um aluno. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
Nesta terça, 17/11, ocorreu na Gávea um encontro entre as gerações do futsal rubro-negro. O evento que teve início por volta das 18h e durou pouco mais de uma hora, marcou uma evolução no trabalho desenvolvido no futsal para a garotada, que é importantíssimo para a transição até o futebol de campo.
Além da presença ilustre do Fla Masters e dos jovens Matheus Sávio, Douglas Baggio e Jajá, promessas da base do Mengão, também estavam no encontro o vice-presidente de Esportes Olímpicos, Alexandre Póvoa, o diretor de Esportes Olímpicos, Marcelo Vido, o diretor-executivo de futebol, Rodrigo Caetano, e o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
Alexandre Póvoa iniciou o evento falando sobre a inauguração da cobertura e frisando a importância do investimento do Flamengo em quaisquer ações que envolvam o futebol de quadra, inclusive na infraestrutura.
Após o vice-presidente de EO, a vez de falar foi do homenageado, o grande Adílio. Falou sobre a honra de nomear a quadra e contou histórias sobre sua juventude na Gávea.
– Aos 59 anos, tenho orgulho de ver o investimento neste local que foi importantíssimo não só para a minha formação no futebol, mas também como de outros, o Júlio, por exemplo. Quantas vezes tivemos que pular este muro (risos)?
Quando feita oficialmente a abertura da quadra, o jovem time de futsal se posicionou e sentou-se para ouvir as dicas de Póvoa e Uri Geller, que novamente, deram destaque à importância do futsal na formação para o futebol de campo.
– É fundamental a passagem do salão para o campo, espero que vocês aproveitem tudo o que aprenderam e aprendem aqui. Falo por mim, o salão ajudou muito na minha formação! – Disse Júlio César.
Ao final do evento, Alexandre Póvoa falou com a gente sobre o encontro e sua importância.
“Essa cobertura faz parte da série de obras que têm sido feitas no Flamengo para as Olimpíadas, na verdade, para a delegação americana ficar aqui, então os ginásios foram reformados, o dojô, a piscina também será; o Clube está sendo todo reformado. Nós estamos conseguindo uma mistura de valores do comitê olímpico americano, de projetos incentivadores, do próprio Clube também, com o objetivo de tornar a Gávea o melhor clube esportivo do Brasil, com certeza já sendo o melhor do Rio de Janeiro.”
“Na verdade, esta quadra do futsal, onde cresceram grandes craques do Flamengo, como o Adílio e o Júlio César, faltava uma cobertura e quando chovia não tinha treino, então o futsal está sendo reintegrado ao futebol, voltando a fazer um trabalho bacana, cedendo jogadores para o campo, sendo um grande celeiro de craques, logo, a cobertura vai ajudar muito nisso, para que mesmo em dias de chuva tenha treino e possamos formar jogadores para que daqui a cinco ou dez anos estejam no Maracanã vestindo a camisa do Flamengo, e a gente torcendo muito por eles.”
MRN: Por que a escolha do nome da quadra?
A: Homenagear o Adílio nunca é demais. Ele que fez 615 jogos pelo Flamengo, e é o terceiro jogador que mais entrou em campo com esta camisa, na história do Clube, fez gols inesquecíveis como o da final do Mundial contra o Liverpool, na final do Campeonato Brasileiro de 1983, participou de uma geração espetacular de Zico, Nunes, Andrade, Leandro, Junior, Mozer, Júlio César, enfim, todos esses merecem ser homenageados sempre.
MRN: Em sua opinião, qual a importância deste encontro que aconteceu hoje?
A: O mais interessante é trazer a geração mais antiga do Fla Masters para se encontrar com a nova geração. Também tivemos aqui a presença de três jovens da base, que foram o Jajá, o Douglas e o Matheus Sávio, que também iniciaram na quadra, cresceram e ganharam a oportunidade no futebol. Então é muito importante esses jovens verem os exemplos dos caras que já fizeram muitas coisas pelo Flamengo, e dos que estão fazendo hoje. Essa integração é importante e com certeza faz o Flamengo mais forte.
Jovens do futsal posicionando-se em quadra sob a nova cobertura (Foto: Talita Nunes)
Com a palavra, o ídolo Júlio César
O ex-craque do Mengão, Uri Geller, também fez questão de falar sobre a importância do investimento no futebol de quadra.
JC: É muito importante para o Clube, e pra mim também, em termos emocionais, porque eu e Adílio pulamos várias vezes aquele muro que dá até aqui dentro da Gávea, eu que o convidei para pular. Nós morávamos numa comunidade carente que era próxima daqui, a Praia do Pinto, e foi assim que começamos, pulando o muro. A discriminação era muito grande porque é normal, mas caímos no lugar certo, no Clube certo, e estou até hoje aqui dentro.
Em um leve bate-bapo, emocionado, o mesmo declarou seu amor ao Mais Querido.
JC: Jogar pelo Flamengo é diferente, ser torcedor do Flamengo é diferente, as cores são diferentes, é tudo diferente, o Flamengo é algo impressionante, e quando estamos sofrendo mais, a paixão aumenta! Os vascaínos, os tricolores, os botafoguenses, todo mundo só fala de Flamengo, na verdade, todo mundo é Flamengo!
MRN: Você falou do que você e Adílio fizeram juntos para chegar até a Gávea. Mas imaginavam que chegariam até aqui?
JC: Tínhamos um monstro muito grande dentro de nós! Imaginávamos que iria ser muito difícil, mas na verdade, foi muito mais difícil, mas conseguimos. A discriminação era muito grande, principalmente com o Adílio, que sofreu muito, com todos os tipos. Foi muito complicado. Por muitas vezes, a gente estava no time principal trocando passes e olhava um pro outro e falava “nós estamos aqui, cara”, porque nós só pensávamos no futebol de salão, aí fomos pra base, ganhamos tudo e foi uma avalanche muito grande, não teve como conter. Depois subimos e encontramos Zico e Junior que eram do salão também, e todos os outros, o time inteiro da base, posso até escalar pra você (risos).
MRN: Quando acha que vamos poder ver isso no Flamengo de novo?
JC: Um time inteiro, eu acho impossível. Eu acho o Jajá muito habilidoso, mas com todo o respeito, com a habilidade que ele tem, eu acho que ele não pode ficar tocando bola para o lado. O Jorge é um belo jogador, não toca para o lado, ele assume e vai pra cima. O Douglas também é um menino que encara, e o Matheus Sávio eu vejo nele um craque, eu aposto nesses quatro.