Nada pode manchar a história do Flamengo enquanto nossa torcida esteja propensa a apoiar ideais, e não homens
Em 2013 mudamos uma chave, administração profissional e um clube como empresa, educou-se sobre superávit, estrutura, profut e afins. A original chapa azul formada por Bandeira, Bap, Wallim, Landim e cia assume o comando do clube mais querido do Brasil.
O Flamengo ganha força em seus bastidores, melhora processos internos, mas em campo se despedia de Vagner Love por não ter condições de arcar com os valores. E a Nação Rubro-Negra assistiu Hernane, Paulinho e Elias comandarem a conquista da Copa do Brasil 2013 ao mesmo tempo que lutavam para escapar do rebaixamento no Brasileirão daquele mesmo ano.
Em 2014, o fantasma da fase de grupos da Libertadores volta a aparecer. As posições na parte de baixo da tabela do campeonato nacional persistem. Em contrapartida, a gestão seguia reduzindo dívidas e alavancando receitas, a torcida comprou a missão de um Flamengo vencedor: com um média de público de mais de 23 mil pagantes por jogo em 2013, que tornaram-se 26 mil em 2014, mesmo com ingressos custando entre 100 e 300 reais nos jogos da Libertadores.
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O primeiro sinal do resultado de uma gestão mais consciente veio em 2015 com o anúncio da contratação de Paolo Guerrero. O Maracanã recebe mais de 33 mil torcedores jogo a jogo, mas a Nação vê a equipe amargar o meio da tabela no Brasileirão. O retorno esportivo não veio com o peruano, a pressão aumenta e os bastidores passam a ruir. A original chapa azul racha, diversos dirigentes debandam, Bap e Wallim agora tornam-se opositores de Eduardo Bandeira.
Bandeira é reeleito mesmo com uma crise de resultados no futebol. A temporada 2016 presenteia a torcida com um sonho antigo seu quando Diego Ribas chega à Gávea depois de ser recepcionado num aeroporto superlotado. O Flamengo sobe ao cume da tabela do Brasileirão após a chegada de Diego, cria-se o tão falado cheirinho (de título), mas o time montado por Rodrigo Caetano sucumbe e acaba terminando na terceira colocação. 2017 vem e o Urubu novamente cai em uma fase de grupos da Libertadores. Anuncia Everton Ribeiro e volta a voar em direção a uma final continental e ainda tem a oportunidade de ser campeão da Copa do Brasil, todavia amarga dois vice-campeonatos e um patético 6ª lugar nos pontos corridos do Brasileirão.
2018 ainda está vivo na nossa memória com a pressão gigantesca por títulos no cangote de um elenco já estrelado. Diego Alves, Diego e Everton Ribeiro receberam os garotos do Ninho Lucas Paquetá e Vinícius Júnior. O Flamengo chega a liderar o BR2018 e supera o fantasma da fase de grupos da Libertadores, porém, cai nas oitavas desta última e termina o Brasileiro em terceiro. Outra temporada sem levantar um caneco.Fim da Era Bandeira, com polêmicas em campo e nos bastidores, a Oposição que antes era aliada ganha forças para conquistar a eleição.
O primeiro ano do presidente Rodolfo Landim marca a volta de Marcos Braz ao clube após o Hexa de 2009. Sua missão, claro, é repetir o sucesso de dez anos anos atrás. As finanças já estão controladas, e o clube tem o maior orçamento à sua disposição para contratações da sua história. Oito reforços chegam e mudam a equipe de patamar, o tão sonhado ano mágico chega e o Flamengo primeiro conquista o Rio, depois a América do Sul e, horas depois o Brasil também. Jorge Jesus torna-se símbolo de um time avassalador. Gabigol transforma chutes em punhos pro alto a cada bola que balança as redes. Arrascaeta é capaz de encontrar espaços e calcular os movimentos dos seus companheiros em um milésimo de segundo e medir a força perfeita para assistência incríveis. O inalcançável Bruno Henrique e seu poder de decisão torna o time quase invencível. O Flamengo de 2019 ficou marcado na história, virou lenda que será contada de geração em geração.
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Há eventos que mudam o jogo, 2020 e sua pandemia vira o mundo de cabeça para baixo. E o Flamengo protagonista em campo no ano anterior agora torna-se manchete pelas decisões tomadas nos bastidores. Liderar a volta do futebol em meio a uma pandemia, gerar a quebra de contrato da Globo com o Cariocão, o primeiro clube a brigar para ter público nos estádios… Landim é ridicularizado ao falar que quando tira a máscara para tirar fotos prende a respiração até colocá-la de novo, e manda demitir o fotógrafo. A imprensa faz do Flamengo o inimigo público e com uma dose de razão em alguns sentidos, mas exagera e torna tudo um espetáculo.
No circo do futebol brasileiro um Flamengo x Palmeiras vazio de protocolos virou polêmica. Quando tudo desmorona por conta de um surto de covid-19 no elenco, nossas sementes desenraizam-se e nossos Garotos do Ninho demonstram que carregam no sangue a tradição.
Nada pode manchar nossa história enquanto a torcida esteja propensa a apoiar ideais e não homens. Afinal, só o ego dos dirigentes podem destruir esse legado vencedor. Seja Bandeira, Bap, Landim, Braz ou qualquer outro no presente ou no futuro. Flamengo, tua glória é lutar! Eles passam, o Flamengo fica!
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