Sim, amigos do Mundo Rubro Negro! Chegou ao fim o reinado de Leonardo Moura na lateral-direita
Diogo Almeida (@DidaZico)
Quinhentos e dezoito jogos depois – número que merece ser escrito por extenso – com direito a todo tipo de homenagens, o Flamengo acabou batendo o Nacional, do Uruguai, por 2 x 0. Gols de Eduardo da Silva, com assistência de Léo Moura, e do estreante Matheus Sávio, no segundo tempo.
Mas o jogo foi apenas um detalhe a rechear a bonita festa que aconteceu no Maracanã. Antes do jogo, um tapete vermelho em formato de coração foi estendido no gramado e nada mais, nada menos que o Messias Zico entregou uma placa nas mãos do Moicano.
Estou emocionado sim. Ele é faz parte da família, assim como um dia eu ele entrou ao meu lado, como mascote, ainda garoto em um jogo aqui, o meu neto também entrou no campo com ele pela primeira vez. É um jogador que entra pra história do clube. – Disse o nosso ídolo máximo, aos jornalistas.
Léo Moura, estava muito emocionado. Diante de um público de 30.620 pessoas, o Ídolo rubro-negro, percorria com o olhar toda a arquibancada do estádio que foi sua casa por uma década. Marejado de emoção, seus olhos não escondiam a dor da despedida. A torcida desfilava seus cânticos e coreografias, transformando, como só a Nação pode fazer, os momentos de tristeza em badalada festa. Neste contexto, era chegada a hora do jogo começar.
Luxemburgo, talvez o único homem presente que não se deixou contaminar pela festa, já tinha avisado que o jogo era importante como preparação tática e observação. E foi mesmo importante.
PRIMEIRO TEMPO
O dono da festa, foi bastante acionado, e conseguiu perfilar boas jogadas pela direita. O time entrou em campo com o estabelecimento que Vanderlei usou nos primeiros jogos da temporada, a única mudança neste sentido era a entrada de Alecssandro, que parece mesmo propenso a formar um trio com Marcelo Cirino e Gabriel no comando de ataque do time. Eduardo da Silva trabalhou como um dez. E foi assim que o ataque formatou o primeiro gol da noite, em jogada pela direita de ataque com Canteros e Cirino, Leonardo viu Eduardo livre na entrada da área. O Crota recebeu ótimo passe do seu amigo de infância da Vila Kennedy, e tocou bonito para o gol.
Os volantes Márcio Araújo e Canteros atuavam bem, o time misto do Nacional não conseguia mostrar futebol de primeiro nível e o Flamengo comandou as ações até o apito indicando fim da primeira etapa. Thallysson na esquerda se mostrou ainda inseguro e a dupla de zaga formada por Frauches e Marcelo, ainda que o primeiro mostrou-se sem ritmo algum de jogo, não foi testada seriamente.
Eu não sei o que dizer, não esperava que tanta gente viria. Eu sou muito grato…Agradeço de coração a todos. – Declarou o agora 10 do Fort Lauderdale Strikers, saindo de seu último intervalo com a camisa que tanto demonstrou amor.
Zico entregou placa em homenagem a Léo Moura antes do jogo (Foto: Site Oficial)
SEGUNDO TEMPO
O técnico do Flamengo mudou bastante o time ao longo da etapa final afim de concluir suas metas de observação e treino de posturas táticas, como havia imaginado.
Aos 9 minutos e 18 segundos, delírio, tristeza e emoção. Leonardo Moura, sentindo um pouco a musculatura da coxa direita, pediu que sua saída de campo fosse antecipada. Antes marcado para os vinte minutos do segundo tempo, um pequeno ritual à beirada do campo foi realizado. Léo passou a faixa de capitão ao zagueiro Wallace e abraçou com muito carinho o seu substituto Pará.
Emocionado, o jogador era ovacionado e o telão do Maracanã mostrava dezenas de fãs do lateral chorando. Leonardo Moura marcou sua passagem não apenas com títulos. Seu carisma criou uma verdadeira legião de torcedores fanáticos pelo atleta. Sua identificação com os pequenos torcedores sempre foi naturalmente cultivada pelo lateral. Não há dúvidas quanto à marca que Léo deixou na história do Clube de Regatas do Flamengo.
Dentro de campo o jogo ganhou bastante movimentação e correria. Vanderlei começou a soltar a garotada. E logo o segundo gol saiu! Em jogada pela direita de ataque, Cáceres chutou cruzado, a bola bateu no pé da trave esquerda adversário e o estreante Matheus Sávio pegou de lado de pé, a bola passou por entre as pernas de dois uruguaios e morreu no fundo da rede. Muita emoção também para o jovem das categorias de base do Fla, o meia atacante ajoelhou-se e agradeceu aos céus pelo tento.
A partir daí o destaque ficou para o volante Jonas que acertou dois ótimos chutes de muito longe. Com marcação implacável e ótimos passes longos, o volante já pede passagem para a titularidade iminente.
O jogo transcorria morno, como era de se esperar depois da saída do homenageado. Baggio não conseguiu mostrar seu bom futebol, errando algumas jogadas e em um chute que poderia ter sido o terceiro do Mengo ele pegou muito mal na bola, mas deu demonstrações que pode ser mais bem utilizado, assim como Jorge, muito mais seguro e técnico do que Thallysson. O lateral, defendido pelo Blog Projeto Base, fez ótimas jogadas e mostra mesmo que poderá ser importante no elenco profissional este ano.
Apito final para o jogo. A história chega ao fim. Pará é o mais novo dono da 2 Flamenga. E nos resta agradecer ao nosso inesquecível lateral-direito Leonardo Moura, pelos seus inestimáveis serviços prestados. Obrigado pelo Brasileiro de 2009, pelas Copas do Brasil de 2006 e 2013, pelos títulos cariocas, pelos 47 gols, e por toda essa identificação bonita e rara.
Obrigado, Léo!