Vivemos hoje no Brasil um ambiente pesado. Para negócios, política, esperança e mesmo esportes, devido a crise econômica, governamental, parlamentar e diria moral e ética que nos assola e devasta enquanto cidadãos e indivíduos, em que convivemos em uma sociedade que quer nos fazer em pedaços. Os quais são disputados avidamente por pessoas pútridas e desalmadas, no sentido literal do termo, inimigas entre si, mas unidas no mesmo objetivo.
Na CBF, a ala paulista e dominante de Marin, Del Nero e outros seres exemplares, na expectativa de afastamento de Del Nero por motivos, digamos, indignos de um cargo que deveria ser encarado com respeito, correu para permitir a eleição hoje de um “membro da equipe”, o Coronel Nunes como vice-presidente eleito. Mais velho que o outro vice-presidente Delfim Peixoto, da Federação Catarinense, desafeto da turma paulista que manda soltar e prender na CBF, Coronel Nunes assumiria o cargo de presidente da CBF.
Em um ambiente sórdido assim, em uma eleição de única chapa, apoiada por 22 Federações, a ala paulista conseguiu o que queria e manterá sua influência mesmo com o afastamento da dupla Marin e Del Nero. Tapete de vômito neste baile imundo.
E o Flamengo nisso tudo? Brigado com FERJ que corre para se jogar de quatro no chão e ser tapete da ala paulista. Brigado com a CBF paulista desde a iniciativa do Profut, e querendo participar de uma Liga torpedeada pela FERJ, CBF, imprensa e próprios torcedores, que criticam qualquer iniciativa de mudança tomada pelo clube ao mesmo tempo que criticam o status quo atual, numa demonstração de coerência infinita, o Flamengo resolveu “não participar desta festa pobre” da CBF. Mandou proposta de uma agenda mínima a ser seguida e foi a imprensa divulgar. Melhor que clubes que foram lá votar “a favor”.
Enfim, ambiente pesado. FERJ, CBF…adentraremos 2016 com a sociedade em polvorosa. Instâncias esportivas com dirigentes nos quais não se tem a menor esperança de condução digna. Ambiente político cada vez pior e desesperançoso, pela ausência de pessoas, nomes, líderes, projetos ou idéias para sair do buraco com a coragem de vencer corrupção e cafajestagem desenfreada.
E o Flamengo entra com pouco mais de U$ 4 Milhões para investir em contratação, salvo negociação de outros jogadores. A China, de repente se tornando um mercado voraz, corre para contratar jogadores, técnicos, equipes técnicas, com o peso da riqueza que acumulou estes anos. Para o Brasil se torna mais difícil ainda. Dólar nas alturas. Flamengo precisa contratar jogadores para se reforçar mediante um ano bem ruim, de 2015. Não será fácil. O ambiente no entorno está bem complicado. Campeonato carioca dirigido pela FERJ, comandada por Eurico, com suas regras bizarras e cada vez mais vingativas em relação ao Flamengo. Uma Liga, iniciativa nova, em que o Cruzeiro já abandonou e voltou com a mediação do presidente Eduardo Bandeira…Sem estádios, como Maracanã e Engenhão. Onde jogar? Onde atrair mais ST? A Olimpíada vem e com isto os holofotes estarão buscando os esportes olímpicos. O Consórcio Maracanã dá mostras que vai pedir penico. Quem conseguirá administrá-lo? Como o Governo de Pezão encara isto?
Enfim, não tem nada leve. Só trabalho pesado a ser feito. Lidar com as dificuldades e encarar esta selva de dirigentes de entidades esportivas que parecem saídos do inferno.